domingo, 17 de maio de 2009

Falar dos outros a ver-se ao espelho!



O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, criticou hoje, em Vila Pouca de Aguiar, os "responsáveis por um dos períodos mais negros" da história do clube e que agora se perfilam para candidatos à presidência da Direcção.

"Por muito que o tempo branqueie a incompetência e o oportunismo de algumas personagens que no passado tiveram, infelizmente, responsabilidades no nosso clube, há 'delitos' por acção ou omissão que não podem ficar impunes, nem podem ser esquecidos, porque eles lesaram o Benfica, prejudicaram e comprometeram, durante muito tempo, os legítimos interesses e esperança de todos os benfiquistas", afirmou.

O presidente diz que se recusa a "aceitar de ânimo leve que alguns desses responsáveis por parte de um dos períodos mais negros" da centenária história do clube "se possam agora apresentar como se nada tivessem a ver com esses tempos".

Para o presidente dos "encarnados", o cargo que ocupa "não é o sítio certo para a exibição de vaidades pessoais, nem um entreposto de negócios, é um lugar de demasiada responsabilidade" para não se preocupar com o "perfil das pessoas que tão interessadas se parecem mostrar em ocupar este lugar".

"Alguns têm a esperança de fazer do Benfica um porto de abrigo para fracassos pessoais, outros andam deslumbrados com a possibilidade de sair do anonimato", acrescentou.

É que, para Luís Filipe Vieira, tal como os jogadores, "esta camisola não serve a qualquer um". "Esta camisola não serve a mercenários, nem a oportunistas", sublinhou.

Vila Pouca de Aguiar, Vila Real, 16 Mai (Lusa)


O Benfica é um clube com mais de 100 anos de história, a esmagadora maioria dos quais de uma história gloriosa. Uma das caracterísiticas que mais contribuiu para a afirmação do Clube foi o seu espírito democrático, particularmente em períodos em que esse espírito era combatido um pouco por toda a parte no nosso Portugal.



Em mais de 100 anos de história, a realização de eleições com vários candidatos e a sucessão presidencial sempre foi algo absolutamente normal. Nunca o Benfica foi clube de Presidentes eternos. De quantos anos precisou Joaquim Ferreira Bogalho para ser considerado por muitos o maior Presidente da história? E Maurício Vieira de Brito? E Borges Coutinho?

Curiosamente, nos últimos 15 anos, indiscutivelmente os mais negros na nossa história, por diversas vezes o espírito democrático tem sido visto como algo pernicioso pela Direcção do Sport Lisboa e Benfica. Tudo começou com Vale e Azevedo, não sendo difícil perceber o porquê, e tem continuado ao longo destes últimos anos com Luís Filipe Vieira.

Hoje, Luís Filipe Vieira confunde-se a si próprio com o Benfica. Ele é o Benfica, só ele salvou o Benfica, sem ele o Benfica morre. Só ele é puro, só ele é competente, só ele tem legitimidade para ser Presidente do Benfica. Qualquer outro sócio que se apresente como potencial candidato é necessariamente um oportunista ou um abutre.

Talvez seja tempo de alguém perguntar a Luís Filipe Vieira se sabe que os abutres se alimentam exclusivamente de animais em decomposição. Estará Luís Filipe Vieira a indicar-nos, ainda que de modo subconsciente, o estado em que está o Clube?






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