segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pequenas Sugestões para um Benfica Mais Forte

Luís Filipe Vieira foi eleito com mais de 91% dos votos expressos naquelas que foram as segundas eleições mais participadas da história centenária do Sport Lisboa e Benfica. A actuação de Bruno Carvalho ao longo da última semana em muito terá contribuído para o desfecho final deste processo eleitoral que em nada dignificou o Sport Lisboa e Benfica e que transmite uma ilusória imagem de inequívoco apoio à figura do Presidente da Direcção.

Com os resultados que se registaram, Luís Filipe Vieira viu legitimada a sua actuação e conseguiu assim obter a tranquilidade interna que, de acordo com o próprio, a não existir, poderia colocar em causa o sucesso da campanha. As suas responsabilidades são hoje acrescidas e as fontes de desculpas para o insucesso parecem ter-se esgotado (embora aqui haja que reconhecer que a capacidade criativa do nosso Presidente é grande).

Desejo sinceramente que, doravante, ao contrário do que se verificou no seu último mandato, o sucesso de Luís Filipe Vieira enquanto Presidente da Direcção do Sport Lisboa e Benfica seja igualmente o sucesso do Sport Lisboa e Benfica e, de modo muito particular, do futebol profissional do Sport Lisboa e Benfica.

Com o objectivo de procurar contribuir para o desejado sucesso do Sport Lisboa e Benfica deixo aqui, em jeito de apelo ao Presidente do Sport Lisboa e Benfica, algumas pequenas sugestões, quase todas elas simples de implementar, que considero relevantes para que se possa ultrapassar muitos dos factores que têm contribuído para o nosso persistente fracasso.

  1. Exclua do seu círculo próximo aqueles que não mereçam a sua absoluta confiança. A constante fuga de informação, quase em tempo real, de tudo o que se passa nos corredores do Benfica é surreal. Se todos os que estão à sua volta merecem a sua absoluta confiança então está na hora de, mais uma vez, verificar que tem queda para se encontrar em más companhias. Neste ponto, a sua experiência passada deve ser bastante útil considerando que já foi (imagino que já não seja) unha com carne, apenas a título de exemplo, com personagens como o Pinto da Costa, o Salvador do Braga, o Joaquim Oliveira ou o José Veiga.
  2. Defina antes do início da época uma estratégia de comunicação que seja assimilada por todos aqueles que têm uma voz activa no clube (Presidente, Director Desportivo, Treinador, Jogadores e Director de Comunicação). É incompreensível ouvir de manhã o Presidente dizer uma coisa e, à tarde, ouvir, por exemplo, o treinador dizer exactamente o oposto.
  3. Mantenha-se sempre visivelmente ao lado da equipa. Nos bons momentos, mas particularmente nos momentos mais difíceis. Evite situações que, ainda que não intencionalmente, podem contribuir para a desestabilização da equipa do Benfica. Compreenda, por exemplo, que passar férias com um treinador, qualquer que ele seja, quando o treinador do Benfica está a ser pressionado não é um factor de estabilização.
  4. Mesmo contra indicação médica, esteja presente em todos os jogos, em casa e fora, da equipa de futebol.
  5. Prepare um vídeo, bem estruturado, de apresentação do Benfica aos jogadores já contratados esta época ou que venham ainda a ser contratados. O vídeo deve conseguir transmitir claramente o historial do Benfica e os seus objectivos, deve mostrar de forma inequívoca que os últimos anos não são exemplo e que a liderança indiscutível no futebol nacional deve ser o único objectivo presente na mente de todos, ser campeão é o objectivo mínimo. No vídeo, devem ainda ser apresentadas as atitudes que são inadmissíveis num jogador do Benfica (aqui podem utilizar-se exemplos de atitudes de jogadores ao longo da época anterior, como o riso despreocupado do Yebda após a derrota na Trofa, os insultos do Jorge Ribeiro aos sócios do Benfica, ou as comemorações a destempo do sucesso eventual protagonizadas pelo Reyes ou o Suazo no Natal de 2009). O vídeo deve ainda transmitir as particularidades do futebol português como factor mobilizador e criador de espírito de grupo.
  6. Promova ou reafirme publicamente, desde a primeira hora, medidas de credibilização da arbitragem, nomeadamente, a título de exemplo:
    · A divulgação pública e célere dos relatórios dos árbitros;
    · A divulgação pública e célere dos relatórios dos observadores dos jogos;
    · A divulgação pública e célere das classificações dos árbitros;
    · A divulgação pública dos critérios de nomeação dos árbitros em cada jornada;
    · A definição de critérios objectivos de suspensão de árbitros em casos de verificação de erros graves.
    · A definição de penas suspensivas objectivas dos árbitros em casos de verificação de erros graves, prevendo a eventual suspensão definitiva em caso de verificação de erros sistemáticos.
    Dê grande destaque mediático às medidas apresentadas e promova o acompanhamento da evolução da sua adopção/ apoio por demais clubes.
  7. Se a sua estratégia for a de continuar a culpabilizar a arbitragem por eventuais desaires, arranje forma de, desde o início da época, após cada vitória dar grande destaque a todos os erros de arbitragem que nos prejudicaram nesse jogo. Assim evitará ser acusado de se referir às arbitragens apenas em caso de derrota.
  8. Se o Benfica for eventualmente beneficiado em algum jogo, assuma naturalmente o erro do árbitro e o benefício e reforce a necessidade de se adoptarem as já propostas medidas de credibilização da arbitragem. Nunca por nunca caia no erro de, em caso de benefício, promover, como foi o caso na época passada, a qualidade da arbitragem nacional. Se o clube eventualmente prejudicado fizer acompanhar as suas reclamações de propostas de credibilização da arbitragem, coloque-se ao lado dele (particularmente se essas medidas passarem, como propôs o presidente do Braga o ano passado, pela contratação de árbitros estrangeiros).
  9. Abandone imediatamente a Taça da Liga se o Benfica voltar a ser novamente beneficiado de forma clara em algum jogo. Está mais que visto que esta é uma competição utilizada para "limpar" erros verificados em desfavor do Benfica naquelas competições nacionais verdadeiramente relevantes.
  10. Promova ou reafirme publicamente medidas de credibilização das competições nacionais, nomeadamente, a título de exemplo:
    · Definição de limitação total ao empréstimo de jogadores a equipas do mesmo escalão competitivo (já proposto, e bem, embora limitando o máximo a 3);
    · Definição de limitações à detenção parcial/ total do passe dos jogadores por entidades outras que não os clubes / SAD em competição;
    · Definição de critérios objectivos de instauração de processos sumaríssimos;
    · Revisão das regulamento de disciplina da Liga de Clubes, nomeadamente no que se relaciona com corrupção, corrupção tentada e tráfico de influências.
    Dê grande destaque mediático às medidas apresentadas e promova o acompanhamento da evolução da sua adopção/ apoio por demais clubes.
  11. Continue a forçar a adopção de medidas já anteriormente sugeridas pelo Benfica como a redução do número de clubes em competição (através da adopção de modelos competitivos que não originem a redução do número de jogos por época) e a revisão dos horários de realização dos jogos (com preferência dos períodos diurnos).
    Dê grande destaque mediático às medidas apresentadas e promova o acompanhamento da evolução da sua adopção/ apoio por demais clubes.
  12. A ser utilizado, o discurso do "sistema" deve ser utilizado como factor mobilizador e de união e nunca, mas nunca, como factor de desresponsabilização (não só da equipa, mas também e de forma particular da Direcção).
  13. Se, não obstante a influência do "sistema" na performance do Benfica, o seu impulso o leva a despedir o treinador todos os anos, não volte a fazer contratos de dois anos com os novos treinadores contratados. Qualquer treinador português aceita, sem pestanejar, contratos de um ano com mais um ou dois de opção.
  14. Seja humilde, tenha a capacidade para compreender que o que corre bem no Benfica não é mérito exclusivo do Presidente e que, ao contrário, o que corre mal deve ser assumido inequivocamente pelo Presidente.
  15. Não hostilize Sócios e adeptos do Benfica. Não procure condicionar a livre expressão de opinião por parte dos sócios. Os sócios não existem apenas para pagar quotas e incensarem o Presidente. É normal que existam opiniões divergentes, é normal haver oposição e visões divergentes quando as coisas não correm bem (ou mesmo quando as coisas correm bem). O Benfica é um clube que sempre foi marcado pela diversidade e pela livre afirmação das opiniões pessoais, esta diversidade é uma das razões porque o Benfica é indiscutivelmente o maior clube nacional e um dos maiores do mundo. O unanimismo não nos engrandece, o unanimismo enfraquece-nos. O lema do Benfica é ET PLURIBUS UNUM, de muitos um!
  16. Se vierem a sair do clube aqueles que têm vindo a ser os capitães ao longo dos últimos anos, tenha a coragem de promover o Miguel Victor a capitão. Era uma excelente forma de afirmar que o Benfica valoriza e protege os seus.
  17. Promova com todas as suas forças o renascimento do Inferno da Luz. A lotação esgotada em todos os jogos deve ser a meta, ainda que tal possa implicar preços de bilhetes mais baratos. A criação de um ambiente infernal pode ser reforçada com algumas pequenas iniciativas complementares, nomeadamente, a título de exemplo:
    · Mesmo que contra o protocolo, nos jogos com os adversários directos, os jogadores do Benfica devem entrar em campo isolados dos árbitros e da equipa adversária.
    · O hino do Benfica apenas deve ser colocado a tocar com os jogadores já em campo. A Águia deve estar em voo quando os jogadores entram e deve aterrar com os jogadores do Benfica perfilados no centro do terreno e junto a estes. De igual modo, qualquer outra coreografia que esteja programada apenas deverá ser efectuada com os jogadores já em campo.
    · Os apanha bolas devem ser utilizados para colocar pressão permanente sobre os adversários, se necessário entrando em campo para acelerar (e eventualmente atrasar) o reatamento do jogo (este papel, por mais insignificante que possa parecer, não pode ser desempenhado por miúdos de 7 ou 8 anos se estes não tiverem capacidade de perceber a relevância da sua função).
    · Neste ponto, refira-se por fim que a criação do Red Pass foi sem dúvida uma boa iniciativa (finalmente compreendeu-se que um lugar de época ocupado por outra pessoa que não o seu titular é melhor que um lugar de época vazio).
  18. Promova antecipadamente junto dos demais clubes da Liga a compra antecipada (preferencialmente antes da realização do sorteio) de grande parte da lotação dos seus estádios para os jogos com o Benfica. Pode parecer uma jogada financeiramente arriscada mas não o é tanto. O Benfica tem capacidade para encher qualquer estádio se os preços dos bilhetes forem razoáveis. Ao propor-se comprar antecipadamente grande parte dos bilhetes, o Benfica pode passar a controlar o preço de venda dos mesmos e evitar a verdadeira roubalheira dos adeptos do Benfica que se assiste em grande parte dos estádios nacionais. Na posse antecipada dos bilhetes, as Casas do Benfica em cada região podem promover facilmente a venda dos bilhetes em tempo útil, a preços muito razoáveis e ainda com ganhos.
  19. Acabe com as suas tiradas demagógicas. Não sei se já reparou, mas sempre que lança uma das suas atoardas o Benfica perde, é cada cavadela cada minhoca, cada tiro cada melro. Na mesma linha, aconselhe ainda o Dr. Sílvio Servan a manter-se calado e a deixar a escrita.
  20. Depois da rábula em que se transformaram as eleições, se em Março de 2010 estiver à vista um desaire com a dimensão dos das duas últimas épocas, tenha a coragem de anunciar atempadamente a convocação de Assembleia Geral para marcação de novas eleições. Não caia da tentação de despedir desde logo o treinador e tenha finalmente a lucidez de considerar que talvez tenha algumas responsabilidade no insucesso persistente do Benfica.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Da importância do discurso da vitória para a estabilidade do Sport Lisboa e Benfica

Luís Filipe Vieira, com maior ou menor percentagem dos votos expressos, irá vencer as eleições (depois se verá se válidas ou inválidas).

No discurso da vitória Luís Filipe Vieira terá duas opções. Ou continua a promover o clima de "guerra civil" em que se tem vivido e de que, queira-se ou não, é o principal responsável, ou inverte a agulha e apela de forma desassombrada e humilde à união de todos os benfiquistas.

Infelizmente, não tenho grandes esperanças que siga o caminho correcto, porque o caminho da confrontação é o único que, independentemente dos resultados obtidos, lhe permite continuar à tona, e, como já se viu por diversas vezes, continuar à tona é o grande objectivo de Luís Filipe Vieira.

terça-feira, 30 de junho de 2009

A Importância do Voto em Branco

Consequência directa da despropositada, ainda que estatutariamente aceitável, demissão em bloco dos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica, a antecipação das eleições impediu a materialização de várias alternativas e uma adequada e tão necessária discussão dos problemas internos do Clube.

Não obstante ser bastante discutível a razoabilidade da data estatutariamente definida para a realização das eleições, a sua antecipação não visou outra coisa que não a defesa de interesses pessoais e não a defesa dos interesses do Sport Lisboa e Benfica.

Esta sobreposição de interesses pessoais a interesses colectivos, grave em si, é mais grave ainda no caso particular por:
· Representar, por parte dos mais altos dirigentes do clube, uma traição aos valores fundamentais e distintivos do Sport Lisboa e Benfica;
· Não garantir a Luís Filipe Vieira, por maior que possa vir ser a sua vitória nas eleições, um capital de legitimidade que lhe permita enfrentar com a necessárias tranquilidade eventuais dificuldades que se lhe deparem;
· Desacreditar a luta pela transparência do futebol português na qual Luís Filipe Vieira se empenhou;
· Promover activamente o divisionismo entre benfiquistas.

Nas actuais circunstâncias, é fundamental que todos aqueles que não se revêem nem nas jogadas de Luís Filipe Vieira nem na candidatura de Bruno Carvalho (a quem gostava de demonstrar aqui o meu apreço por, num ambiente muito adverso, ter tido a coragem e a capacidade de ir à luta) percebam que têm ainda um papel muito relevante a desempenhar nestas eleições. Para todos estes, o voto em branco é a única alternativa válida.

Nas eleições do Sport Lisboa e Benfica os votos em branco são apurados. Recorde-se, por exemplo, que, em 2006, Luís Filipe Vieira, tendo concorrido sozinho ao cargo de Presidente da Direcção obteve 95,6% dos votos expressos pelos 7.846 sócios que exerceram o seu direito (dos, à data, cerca de 97 mil aptos a votar).

Ao contrário da abstenção, o voto em branco tem expressão eleitoral.

Ao contrário da abstenção o voto em branco permite marcar uma posição. Ao contrário da abstenção o voto em branco tem que ser lido por Luís Filipe Vieira como uma mensagem, uma mensagem de que há sócios do Sport Lisboa e Benfica que não pactuam com jogadas rasteiras, uma mensagem de que há sócios do Sport Lisboa e Benfica que exigem mais do que aquilo que lhes tem sido entregue, uma mensagem de que há sócios do Sport Lisboa e Benfica que acreditam que as razões para o sucesso ou insucesso do nosso clube são principalmente internas e não externas, uma mensagem de que há sócios do Sport Lisboa e Benfica que exigem ao Presidente da Direcção respeito pelos princípios que tornaram o Sport Lisboa e Benfica o maior clube nacional e uma indiscutível referência a nível internacional.

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Ainda sobre o tema:

http://tertuliabenfiquista.blogs.sapo.pt/942851.html
http://ndrangheta.blogspot.com/2009/06/o-porque-de-votar-em-branco.html
http://veultras.blogspot.com/2009/06/as-eleicoes-as-eleicoes.html
http://geracaobenfica.blogspot.com/2009/06/eleicoes-antecipadas-pressa.html

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Da seriedade ou da falta dela



Ainda há menos de uma semana nos apresentaram Luís Filipe Vieira como o novo D. João IV que teria promovido a antecipação das eleições apenas para impedir a iminente tomada do Benfica pelos espanhóis.


Hoje assistimos à assinatura de um contrato que vincula o Sport Lisboa e Benfica por 12 anos, doze anos, com uma cervejeira inglesa. Convém salientar que doze anos equivalem a quatro mandatos presidenciais.


Por muito interessantes que os números envolvidos possam parecer, qual é a legitimidade da actual direcção do SLB para, a uma semana da eleição dos órgãos sociais do SLB, assinar um contrato a 12 anos com a esta relevância?


Não são estes os mesmo senhores que se andam sempre a queixar, e bem, de contratos que vinculam o SLB a longo prazo?


Por uma questão de decoro mínimo, convinha que a Direcção prestasse alguns esclarecimentos sobre este contrato, nomeadamente:


  • No que ao equipamento da equipa de futebol diz respeito, a Sagres é o patrocinador secundário, substituindo apenas o BES, ou irá futuramente ocupar igualmente o espaço actualmente preenchido pelas empresas do Grupo PT?

  • O contrato atribui ao SLB alguns direitos de renegociação das condições contratuais caso as condições de mercado assim o devam ditar (nomeadamente se alguns outro clube português assinar um contrato similar com condições mais favoráveis)?

  • Qual o montante efectivamente envolvido (inicialmente falou-se em quatro milhões por ano durante 10 anos, para na apresentação se falar num montante superior a 2 milhões durante 12 anos)?

  • Como será pago o montante acordado? De forma faseada ou à cabeça?

Por muito que nos queiram fazer crer que a situação financeira do SLB respira saúde, a assinatura de contratos com estas características apenas se pode justificar com uma necessidade absoluta de antecipação de receitas.

domingo, 21 de junho de 2009

Angústia

Podemos gostar muito ou pouco de Luís Filipe Vieira. Podemos achar que ele é, ou não, a melhor alternativa para a Presidência do Sport Lisboa e Benfica. Eu pessoalmente, como é fácil de verificar, gosto pouco e considero que o seu desempenho seria superável com relativa facilidade.

Não me custa compreender que, ao contrário de mim, haja quem ache precisamente o contrário. Mas confesso que me custa muito o regozijo que verifico em muitos sempre que uma ou outra alternativa reconhece que, em função da jogada de Vieira, não ter condições de disputar as eleições.

Ao contrário do que muitos pensam, a ausência de escolha não nos engrandece!

terça-feira, 9 de junho de 2009

A entrega









Entregaram-nos isto

A promessa


Prometeram-nos isto


Mais que um direito, um dever!


Considerando a despudorada sobreposição dos interesses pessoais dos principais responsáveis pelos órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica aos interesses do próprio clube, a apresentação de uma candidatura à presidência da Direcção, mais que um direito, passa a ser um dever!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Pequeno Ditador


Luís Filipe Vieira vê o Sport Lisboa e Benfica como uma coutada particular da qual é o senhor absoluto.
Com o objectivo de negar aos demais sócios do Sport Lisboa e Benfica o exercício pleno dos seus direitos, Vieira dedica-se a golpes palacianos, comportamento típico de um qualquer ditador africano para quem a preservação do poder justifica tudo.
Se outras razões não houvesse para não votar em Luís Filipe Vieira nas próximas eleições, esta jogadazinha cobarde seria suficiente.

Viera não tem o mínimo de consciência histórica e desrespeita sistematicamente os valores que fizeram do Sport Lisboa e Benfica o maior clube português e um dos maiores clubes do mundo.

E a Pesca Desportiva, não conta?

PESCA DESPORTIVA - Benfica vence em Penafiel
08/06/2009

Teve lugar no passado fim de semana, em Penafiel, mais uma edição anual da prova de Novelas.

Resultados:
Sábado: Rui Gomes - 2º e Joaquim Miguel - 1º
Domingo: Rui Gomes - 5º e Joaquim Miguel - 3º
Equipas:1.º S.L.B. - 11 Pontos; 2.º Associação Recreativa Novelense - 16 Pontos; 3.º Futebol Clube do Porto - 17 Pontos
Individual:1.º João Paulo (Novelense); 2.º Joaquim Miguel (S.L.B.); 3.º Paulo Pereira (F.C.P.)

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Sem desprimor pelas modalidades, elemento fundamental da grandeza do Sport Lisboa e Benfica, sempre que vejo a diligência com que certas tabelas são actualizadas não consigo deixar de me lembrar de um grande amigo que nos tempos da primária tão orgulhoso ficava dos títulos de ping-pong do seu Sporting!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Somos todos parvos!

Carlos Móia lamenta "porrada" a LF Vieira
RTP Publicado: 2009-06-03 12:47:09 Actualizado: 2009-06-03 13:26:27
Por: André Calado da Silva

Utilizando uma expressão futebolística, "nesta altura do campeonato", Carlos Móia, presidente da Fundação Benfica e mandatário da candidatura de Luís Filipe Vieira nas últimas eleições, garantiu na Antena 1 que nem o próprio Vieira sabe se vai ou não a eleições.

"Não sei se ele é candidato, penso que estará a pensar se é ou não. Ele pode não ser candidato porque está farto de levar «porrada». Houve coisas mal feitas porque ninguém é perfeito mas esta «porrada» toda tem cansaço", desabafa o presidente da Fundação Benfica.

Carlos Móia diz mesmo que nuns dias Luís Filipe Vieira está inclinado para avançar mas noutros para se afastar."Uns dias é capaz de ter vontade, noutros não. Não sabemos se ele é candidato", referiu.

Carlos Móia faz a defesa do amigo mas também lembra que falta ao clube aquilo que mais pedem os adeptos: resultados desportivos."O Luís Filipe Vieira é um dirigente já com 11 anos. Ele já fez tudo pelo Benfica. Penso que, se ele tiver que fazer um programa eleitoral, pouco tem que acrescentar. Está praticamente tudo feito mas faltam resultados desportivos", declarou.

Nesta entrevista à Antena 1, o presidente da Fundação Benfica avisa os sócios para a candidatura irresponsável de Bruno Carvalho."Quando digo que o Luís Filipe Vieira não teve resultados desportivos, também aqui o digo que aqui estarei para julgar também (se Bruno Carvalho for eleito). Quando vejo um candidato (Bruno Carvalho) dizer que se ele for presidente o treinador naquele momento se vai embora para entrar o Carlos Azenha, isto é de uma irreflexão de um candidato que não noção que é preciso arranjar 3,5 Milhões de euros para pagar ao actual treinador do Benfica. Vejo irresponsabilidade neste candidato", acusa Carlos Móia.Ficam os avisos de alguém muito próximo de Luís Filipe Vieira, mandatário da última candidatura, presidente da Fundação Benfica mas que fique claro: "sem Vieira na presidência, o lugar é imediatamente colocado à disposição"."Quando falo, sendo amigo de Luís Filipe Vieira, parece um pouco a situação de um «puxa-sacos» que está a apoiar qualquer situação. Espero que ele faça parte dos candidatos. Imediatamente no dia seguinte às eleições coloco o lugar à disposição", concluiu.

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Dois dias depois de Luís Filipe Vieira ter tentado levar os presidentes dos demais órgãos sociais do SLB a demitirem-se com o objectivo de antecipar as eleições e poder concorrer face a uma oposição imaginariamente mais fragilizada, era inevitável procurar fazer passar a mensagem de que o querido líder, não obstante todas as provações que o fazem passar e toda a ingratidão que o rodeia, não deseja recandidatar-se mas, a pedido de muitas famílias, lá irá fazer o esforço supremo de o fazer.

Curiosa ainda a referência a Bruno Carvalho, sempre ignorado e agora apenas mencionado para desviar as atenções daquele que realmente preocupa Luís Filipe Vieira. De mau gosto, no entanto, para o ainda Presidente, o pretexto da crítica. Efectivamente, se é irreflectido um candidato propor a substituição do treinador do Benfica sem ter a noção que é preciso arranjar 3,5 Milhões de euros para pagar ao actual, o que dizer de um Presidente que, num ano em que os prejuízos rondam já os 18 milhões de euros, contrata efectivamente um outro treinador sem ter essa mesma noção!

terça-feira, 26 de maio de 2009

A Palhaçada


COMUNICADO I


A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, em cumprimento do disposto no artigo 248.º do Código dos Valores Mobiliários e da alínea i) do artigo 3.º do Regulamento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários nº 4/2004, informa não serem verdadeiras as noticias veiculadas pela comunicação social sobre a existência de negociações para a aquisição, por esta Sociedade, do passe do jogador Ramires.

O Conselho de Administração
21 de Maio de 2009


COMUNICADO II

A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, em cumprimento do disposto no artigo 248.º do Código dos Valores Mobiliários e da alínea i) do artigo 3.º do Regulamento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários nº 4/2004, informa que as negociações para aquisição do passe do atleta Ramires Santos Nascimento evoluíram, e por negociações directas com o Cruzeiro Esporte Clube, desenroladas nas últimas horas, foi possível chegar a acordo para que esta Sociedade adquira a totalidade do passe do referido atleta por um montante de € 7.500.000,00.
Mais se informa que foi celebrado com o atleta um contrato válido por cinco épocas desportivas, o qual inclui uma cláusula de rescisão no valor de € 30.000.000,00.

O Conselho de Administração
22 de Maio de 2009


COMUNICADO III

A Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD, em cumprimento do disposto no artigo 248.º do Código dos Valores Mobiliários e da alínea i) do artigo 3.º do Regulamento da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários nº 4/2004, e com o objectivo de suster toda e qualquer especulação, informa que:
1) A SL Benfica SAD e o Sr. Enrique Sanchez Flores celebraram e mantêm em vigor um contrato de trabalho válido até ao final da época desportiva 2009/2010;
2) A SL Benfica SAD e o Sr. Enrique Sanchez Flores têm estado a debater as condições relativas à preparação da nova época desportiva;
3) A SL Benfica SAD não tem intenção de avançar com qualquer rescisão unilateral do actual contrato;
4) Não existem negociações em curso relacionadas com o contrato em vigor.

O Conselho de Administração
25 de Maio de 2009


Para além de tudo o mais a que se tem assistido nas últimas semanas, decidiu agora o Conselho de Administração da Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD começar a brincar com a CMVM.

Considerando as disposições do Código de Valores Mobiliários (ver abaoixo), convém ter presente que estas palhaçadas podem ter um custo muito elevado, principalmente se denotarem um padrão de desrespeito sistemático pelas regras do mercado de capitais.


Código dos Valores Mobiliários

Artigo 388.º
Disposições comuns
1 - Às contra-ordenações previstas nesta secção são aplicáveis as seguintes coimas:
a) Entre (euro) 25 000 e (euro) 2 500 000, quando sejam qualificadas como muito graves;
b) Entre (euro) 12 500 e (euro) 1 250 000, quando sejam qualificadas como graves;
c) Entre (euro) 2500 e (euro) 250 000, quando sejam qualificadas como menos graves.

Artigo 389.º
Informação
1 - Constitui contra-ordenação muito grave:
a) A comunicação ou divulgação, por qualquer pessoa ou entidade, e através de qualquer meio, de informação que não seja completa, verdadeira, actual, clara, objectiva e lícita;

Artigo 394.º
Formas organizadas de negociação
1 - Constitui contra-ordenação muito grave:

i) A violação do regime da informação privilegiada, excepto no caso em que tal facto constitua crime.

sábado, 23 de maio de 2009

Será que abrimos os olhos?

No final do jogo com o Belenenses, Quique Flores foi longamente aplaudido, tendo até assinado cartazes a pedir "Quique Fica!".

O que quererá significar esta reacção no final de uma época completamente falhada e quando todos os sinais apontam para que os responsáveis pela gestão do futebol do Benfica já tomaram a decisão de substituir o treinador?

Precisamente porque todos os sinais indicam que os responsáveis pelo futebol do Benfica já tomaram a decisão de substituir o treinador, a reacção dos sócios apenas pode ser lida como um grito de revolta. Aquelas palmas queriam apenas dizer uma coisa: JÁ CHEGA!!!

JÁ CHEGA de falar em estabilidade e todas as épocas substituir o treinador e metade da equipa! JÁ CHEGA de culpabilizar factores externos pelos nossos falhanços e sistematicamente desqualificar aqueles que nos servem!

O que eu verdadeiramente não sei é se todos aqueles que aplaudiam Quique Flores têm consciência das implicações das palmas que batiam. Não sei se todos aqueles que aplaudiam Quique Flores têm consciência que, naquele momento, mais do que aplaudir Quique Flores estavam sim a reprovar Luís Filipe Vieira e Rui Costa. Porque ao contrário do que já li e ouvi, naquele momento era impossível estar a aplaudir Quique Flores e Rui Costa (a não ser que se acredite que Rui Costa não tem nada a ver com o que se está a passar, o que, atendendo a sua passividade, também em nada abonaria a seu favor), do mesmo modo que é impossível, sendo coerente, aplaudir uma coisa e o seu oposto.

terça-feira, 19 de maio de 2009

"Sou de um Clube Lutador"

Bem, campeonato a acabar, mercado de cenouras já em pleno funcionamento, treinador que não se sabe quem vai ser, próxima época já à espreita. Próxima época que será marcada pelas Eleições no final de Outubro.
Se por um lado acho que é demasiado cedo para que se avancem com candidaturas, por outro, não vejo as pessoas nas quais os benfiquistas mais apostam, que consideram mais credíveis, na disposição de avançar. É o sentimento que tenho.
Relativamente a Luís Filipe Vieira, ao contrário da maioria das pessoas que são criticas do mesmo, sou da opinião que tem o dever de se candidatar. Julgo que seria mesmo pouco ético, para não lhe chamar outra coisa, se não o fizesse. Os empréstimos obrigacionistas, as dividas, os projectos lançados, os contratos assinados e os que estão na forja, são sua responsabilidade. Tem o dever de os assumir, candidatando-se, submetendo-se à votação dos sócios. Não pode fugir às responsabilidades, serão os sócios a decidir se tem capacidades para prosseguir ou se outro deverá tomar as rédeas.
No outro é que está o motivo deste post. Não vejo neste momento pessoas credíveis na disposição de lutar pelo clube e o sentimento que tenho nesta altura é que dificilmente vão aparecer a votos. Sou sincero, escrevo este post pensando que talvez algum o leia e pense no Benfica única e exclusivamente. Vejo e sinto em muitos deles o desejo de um dia virem a ser presidentes do clube, mas estarão na disposição de lutar e perder? O que interpreto neste momento é que muitos só avançam com vitórias garantidas e como quem está no poder nesta altura ainda tem uma grande base de apoio, porventura esta não será a altura certa para avançar. O que pergunto é, quando será? Daqui a mais 3 anos, depois de mais 3 épocas iguais a estas últimas? Ora, nessa altura, o que haverá para presidir? Não será nesta altura que o Benfica mais necessita que pessoas credíveis, com boas ideias e bons projectos avancem? Sem medos! É o Benfica que está em jogo e o Benfica deveria estar acima de qualquer interesse pessoal, não deveriam existir oportunismos.
Por alguma razão coloquei o "credíveis" em itálico. É o termo que é costume utilizar, não é que concorde com ele. As pessoas têm de ser avaliadas pelas suas ideias, pelos seus projectos. Por outro lado, sou sincero, não gosto de paraquedistas. Não gosto de candidatos que são sócios à meia dúzia de anos, mas que no entanto têm carreiras de sucesso à bastantes anos ou pelo menos que sempre tiveram disponibilidade financeira para o serem à mais tempo. É pá, sou assim, penso assim.
Para além destes tais credíveis, gostava que aparecesse alguém, totalmente desconhecido, totalmente independente, do povo mesmo. Alguém que com enorme benfiquismo, não se candidatando para vencer, conseguisse despertar algumas consciências. É muito importante que o Benfica e os Benfiquistas não se esqueçam das suas origens.
Quem tenha ideias, quem tenha projectos, quem tenha disponibilidade, quem não esteja contente com estes últimos anos/mandatos.......AVACEM!!! Não tenham medo, os sócios lá estarão para vos avaliar. "Sou de um clube lutador". Lutem!
Somos a Raça, a Força e o Querer, Benfica Vencer, Vencer!!!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

"Es una vergüenza"


Ainda que de forma involuntária, Artur Soares Dias acabou por proporcionar a Quique Flores a saída honrosa do Clube que a Direcção não estava, mais uma vez, a saber acautelar.

Antes assim!

Eles são aquilo tudo, e não têm vergonha nenhuma de o ser

Um certo treinador da nossa praça tem este ano dito que os árbitros não devem ser bem tratados quando vão apitar jogos ao estádio do clube que treina, vê-se a dirigir "elogios" á mãe dos árbitros, a fazer o sinal de que o estão a roubar, a enviar os árbitros para lugares que rimam com Ramalho, etc, etc, etc.

Podia estar aqui o resto do dia a relembrar todos esses episódios.

O máximo que ocorreu a dito treinador foi ter sido castigado por 12 dias.

Lembro que por exemplo Rui Costa foi castigado por 30 dias por ter dito "Vejam lá bem as decisões que andam a tomar".

Agora, expulsar esta personagem do banco, ir lá falar com ele para ver se ele se cala, enfiar-lhe uma murraça no focinho por andar constantemente a insultar a mãe, isso é coisa que os árbitros são incapazes de fazer.

Ontem vimos Quique Flores a gritar "Esto es una verguenza", quando se vê o árbitro a deixar passar em claro uma falta de João Pereira sobre Reyes, tendo 10 segundos depois assinalado uma falta ridícula a um jogador do Benfica. Isto também depois de não ter mostrado qualquer cartão a Luís Aguiar após por 3 vezes no mesmo lance tendo tentado arrancar a perna a Katsouranis, mas ter expulso Yebda em 2 lances, 1 em que não toca no adversário, o segundo um pequeno agarrão a meio campo.

Óbvio que nenhum árbitro ia poder deixar passar em claro o "Esto es una verguenza" de Quique Flores, o homem tinha mesmo que ser expulso.

É que pelos vistos quando Paulo Bento diz que a mamã do sr. árbitro exerce determinada profissão no ramo do sexo, o sr. árbitro diz "é verdade sim senhor, uma badalhoca a mamã", quando Paulo Bento manda o sr. árbitro para o lugar que rima com Ramalho o sr. árbitro diz "vou sim senhor, com todo o gosto" agora não digam ao sr. árbitro que isto é uma vergonha, porque vergonha na cara é algo que estes senhores há muitos anos mostram que não têm.

Que lata esta a do Quique vir para Portugal espalhar essas mentiras de que esta gente tem vergonha.

domingo, 17 de maio de 2009

Falar dos outros a ver-se ao espelho!



O presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, criticou hoje, em Vila Pouca de Aguiar, os "responsáveis por um dos períodos mais negros" da história do clube e que agora se perfilam para candidatos à presidência da Direcção.

"Por muito que o tempo branqueie a incompetência e o oportunismo de algumas personagens que no passado tiveram, infelizmente, responsabilidades no nosso clube, há 'delitos' por acção ou omissão que não podem ficar impunes, nem podem ser esquecidos, porque eles lesaram o Benfica, prejudicaram e comprometeram, durante muito tempo, os legítimos interesses e esperança de todos os benfiquistas", afirmou.

O presidente diz que se recusa a "aceitar de ânimo leve que alguns desses responsáveis por parte de um dos períodos mais negros" da centenária história do clube "se possam agora apresentar como se nada tivessem a ver com esses tempos".

Para o presidente dos "encarnados", o cargo que ocupa "não é o sítio certo para a exibição de vaidades pessoais, nem um entreposto de negócios, é um lugar de demasiada responsabilidade" para não se preocupar com o "perfil das pessoas que tão interessadas se parecem mostrar em ocupar este lugar".

"Alguns têm a esperança de fazer do Benfica um porto de abrigo para fracassos pessoais, outros andam deslumbrados com a possibilidade de sair do anonimato", acrescentou.

É que, para Luís Filipe Vieira, tal como os jogadores, "esta camisola não serve a qualquer um". "Esta camisola não serve a mercenários, nem a oportunistas", sublinhou.

Vila Pouca de Aguiar, Vila Real, 16 Mai (Lusa)


O Benfica é um clube com mais de 100 anos de história, a esmagadora maioria dos quais de uma história gloriosa. Uma das caracterísiticas que mais contribuiu para a afirmação do Clube foi o seu espírito democrático, particularmente em períodos em que esse espírito era combatido um pouco por toda a parte no nosso Portugal.



Em mais de 100 anos de história, a realização de eleições com vários candidatos e a sucessão presidencial sempre foi algo absolutamente normal. Nunca o Benfica foi clube de Presidentes eternos. De quantos anos precisou Joaquim Ferreira Bogalho para ser considerado por muitos o maior Presidente da história? E Maurício Vieira de Brito? E Borges Coutinho?

Curiosamente, nos últimos 15 anos, indiscutivelmente os mais negros na nossa história, por diversas vezes o espírito democrático tem sido visto como algo pernicioso pela Direcção do Sport Lisboa e Benfica. Tudo começou com Vale e Azevedo, não sendo difícil perceber o porquê, e tem continuado ao longo destes últimos anos com Luís Filipe Vieira.

Hoje, Luís Filipe Vieira confunde-se a si próprio com o Benfica. Ele é o Benfica, só ele salvou o Benfica, sem ele o Benfica morre. Só ele é puro, só ele é competente, só ele tem legitimidade para ser Presidente do Benfica. Qualquer outro sócio que se apresente como potencial candidato é necessariamente um oportunista ou um abutre.

Talvez seja tempo de alguém perguntar a Luís Filipe Vieira se sabe que os abutres se alimentam exclusivamente de animais em decomposição. Estará Luís Filipe Vieira a indicar-nos, ainda que de modo subconsciente, o estado em que está o Clube?






terça-feira, 12 de maio de 2009

O Capitão

Ao longo das últimas semanas muitas têm sido as notícias relativas à renovação do contrato de Nuno Gomes. Como é habitual no Benfica, também esta renovação se viu transformada numa novela que se vai prolongando indefinidamente.



Para justificar a necessidade da renovação, muitos têm vindo a reforçar o papel fundamental de Nuno Gomes no seio do grupo, enquanto líder e transmissor do espírito benfiquista. A mim, pessoalmente, estas afirmações fazem-me alguma confusão.

Eu, se tivesse que escolher o jogador que melhor representa o Benfica dos últimos 15 anos, escolhia o Nuno Gomes. Porquê? Porque, não obstante o seu talento, não consigo deixar de ver em Nuno Gomes um jogador psicologicamente frágil, extremamente irregular e sem capacidade de afirmação nos momentos decisivos. Por muito que me esforce, não vejo naquele jogador que sistematicamente se lamenta de mais um golo fácil displicentemente falhado o líder que afirmam ser.

Em 10 anos de Benfica, Nuno Gomes ganhou 4 títulos. Não 4 campeonatos, 4 títulos, onde se incluem uma Super Taça e uma Taça da Liga.



Ainda há pouco, Nuno Gomes afirmava o seu orgulho nos títulos conquistados. É normal, mas tivesse ele afirmado igualmente a sua vergonha por em 10 anos só ter conquistado 4 títulos e a minha ideia dele poderia ter mudado...


sexta-feira, 8 de maio de 2009

O maior do Mundo nas coisas invisiveis



Quique cumpriu objectivos mas parecem «invisíveis»

Quique Flores não venceu o campeonato nacional, mas destaca que muito trabalho foi feito na equipa. Por vezes esses aspectos parecem «invisíveis» aos olhos dos adeptos.
Sobre se terminar a época em terceiro é ficar aquém do desejado, Quique não vai directo ao assunto, mas destaca outros aspectos que foram trabalhados na equipa.

«Cumprimos objectivos mas que por vezes parecem invisíveis, como é o caso de terem sido lançados jovens na equipa principal, e o facto do Benfica ser a equipa da Europa com menos lesões», refere


Ora bem, atingir objectivos invisiveis tem sido aquilo que mais temos visto no Benfica dos últimos 3 anos.

Já nem sei o que diga quanto ao facto que Quique dizer que somos a equipa com menos lesões da Europa, só assim de cabeça acho que temos lesionados Nuno Gomes, Luisão (capitão e sub-capitão respectivamente), Aimar e Suazo. Cá para mim o atingimento desse objectivo é que foi feito de forma invisivel e como tal não me apercebi desse feito.

Quanto ao lançamento de jovens da cantera, noto Quique disse jovens, plural, eu conto 1 elemento que vem da cantera e que tem jogado: Miguel Vítor, que de qualquer maneira já tinha sido lançado por Camacho. Mais uma vez, só se Quique andou a lançar jovens invisiveis, porque daquilo que eu vejo...

Vá lá não se lembrou de vir dizer que nos temos fartado de ganhar troféus invisiveis...

Na minha opinião Quique já percebeu que não conseguiu apresentar trabalho e que Rui Costa e LF Vieira já estão noutra, o que, vá lá, revela alguma inteligência da parte dele.

Venha o próximo...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Adenda ao último post

Já agora, somando todos os jogos que o Benfica fez para Liga, Taça de Portugal, Taça da Liga, Superliga e Competições Europeias nos 1º e 2º mandato de Luís Filipe Vieira (com datas exactas de início de cada mandato), também se constata um dado curioso.

No primeiro mandato do Presidente, o Benfica fez 145 jogos, ganhou 85, empatou 29 e perdeu 32. Assim, obteve uma média de 1,96 pontos por jogo e um índice de vitórias de 58,6%.

No segundo mandato (até ao fim de semana passado), o Benfica fez 128 jogos, ganhou 66, empatou 35 e perdeu 27. Assim, obteve uma média de 1,82 pontos por jogo e um índice de vitórias de 51,6%.

Creio que é incontestável que em termos de futebol o Benfica regrediu claramente, sendo que no segundo mandato o Benfica se classificou consecutivamente em 3º, 4º e 3º (até agora) lugares na Liga, tem ficado sempre pelo caminho na Taça de Portugal e em termos Europeus a campanha deste ano foi a pior desde há muito tempo.

Assim, e se no primeiro mandato eu achei que Luís Filipe Vieira tinha apresentado resultados bastante razoáveis ao nível do futebol, creio que este segundo mandato é demasiado desastroso, apresentando uma média de pontos por jogo e um índice de vitórias inclusivamente inferiores aos apresentados por João Vale e Azevedo (que foi para mim o pior Presidente da história do Benfica, mas que tem no campeonato uma média de pontos de 1,88 e um índice de vitórias de 55,1%) e aos de Manuel Vilarinho (médias de 1,96 pontos e 56,6% de vitórias), que ele sim herdou um Departamento de Futebol feito em ruínas.

Face ao trabalho de recuperação efectuado por Manuel Vilarinho e por Luís Filipe Vieira no seu primeiro mandato, neste segundo mandato seriam exigidos resultados francamente superiores aos que foram apresentados e como tal entendo que Luís Filipe Vieira não merece os meus 20 votos nas próximas eleições.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Afinal quem é (estatisticamente) o melhor Presidente do Benfica

Decidi passar algum tempo a colher informação sobre todas as participações do Benfica no campeonato, para tentar apurar quem foi (pelo menos em termos estatísticos) o melhor e o pior Presidente do Benfica.

Para tal recolhi toda a informação desde o campeonato 1934/35 até á 27ª jornada da Liga 2008/09, e normalizei tudo para 3 pontos por vitória. Depois para cada época determinei quem era o Presidente em exercício, sendo que quando a meio de uma época desportiva houve alteração no Presidente, atribuí essa época ao Presidente cessante e ao novo (i.e. atribuí os pontos conquistados nessa época aos 2 Presidentes). Considerei ainda a data de 1 de Junho como a data para determinar se um determinado Presidente teria direito aos pontos de uma época. Assim, se por exemplo tivessem havido eleições a 1 de Maio de 1950, atribuiria a época de 1949/50 ao Presidente cessante e ao novo. Se as eleições fossem a 10 de Junho atribuiria essa época apenas ao Presidente cessante.

Já sei que para alguns um Presidente não deve ser avaliado apenas pelo futebol, mas para 80% dos sócios (pelo menos) este será o critério de avaliação mais importante.

Pode ser discutível mas decidi fazer assim.

Os resultados são os da tabela abaixo:

Presidente Pontos/jogo Vitórias/Jogo Derrotas/Jogo
V R Ribeiro 2,00 57,1% 14,3%
J R da Costa 2,29 69,6% 10,7%
A Fonseca Junior 2,25 72,2% 19,4%
A C e Sousa 2,45 77,5% 10,0%
J S Barbosa 2,29 73,0% 17,0%
M G Madeira 2,12 65,4% 19,2%
J F Bogalho 2,15 65,4% 15,4%
M Vieira de Brito 2,26 68,6% 11,5%
A Fezas Vital 2,41 74,4% 7,7%
A Vieira de Brito 2,48 76,9% 5,8%
A C Duarte 2,33 71,2% 9,6%
F Queimado 2,33 71,1% 9,2%
D B Coutinho 2,41 74,8% 8,9%
F Martins 2,30 70,0% 10,0%
J Santos 2,22 65,0% 8,5%
J de Brito 2,22 66,2% 10,3%
M Damasio 2,02 60,6% 18,8%
João V Azevedo 1,88 55,1% 22,1%
Manuel Vilarinho 1,96 56,6% 17,6%
Luis F Vieira 1,99 57,7% 15,9%
Grand Total 2,21 66,9% 13,1%

Com base nestes dados, Adolfo Vieira de Brito seria o melhor Presidente de sempre do Benfica, com uma média de 2,48 pontos por jogo, um índice de vitórias de 76,9%, um índice de derrotas de apenas 5,8% e uma diferença de golos por jogo de 2,77!!!. Á Benfica.

Com base nestes dados Luís Filipe Vieira seria o 3º pior Presidente da história do Benfica, sendo os 2 piores precisamente os 2 que o antecederam, o que pode dar alguma razão a quem defende que com ele ao leme houve alguma evolução, se bem que para mim não seja suficiente e entendo que nos últimos 4 anos temos tido um claro retrocesso nessa recuperação.

Refiro ainda que se incluísse as épocas em que LF Vieira foi o homem forte do futebol na Direcção de Manuel Vilarinho, a sua média de pontos por jogo baixa para 2,02 e o seu índice de vitórias passa para 58,8%.

Já agora, para a imprensa que considera Pinto da Costa o maior dirigente da história. Até poderá ser verdade, mas segundo este critério, pelo menos na Liga Portuguesa, isso não é verdade. A média de pontos por jogo de Pinto da Costa é de 2,32. Isso no Benfica colocá-lo-ia apenas no 7º lugar da tabela.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Uma outra visão sobre Rui Costa

Ontem, em Yverdon, Rui Costa mostrou a simplicidade e humildade dos predestinados, justificando a empatia com os adeptos e a liderança natural da equipa, já que "para se ser capitão não é necessário ter braçadeira".


JN, 2006-07-15







Partindo do princípio que tal cargo é indispensável, e é-o num Benfica presidido por Luís Filipe Vieira (embora não para transferência da responsabilidade do Presidente em caso de insucesso), à primeira vista, é muito difícil, se não mesmo impossível, encontrar alguém com mais potencial do que Rui Costa para desempenhar o cargo de Director Desportivo do Benfica.



Dito isto, tal não significa que Rui Costa não tenha ainda um longo caminho a percorrer para poder atingir, como Director Desportivo, os resultados que todos desejamos.



Por onde passou, Rui Costa, pela sua invulgar classe como futebolista (a todos os níveis), sempre atingiu o estatuto de estrela. No caso particular do Benfica, tirando partido das circunstâncias, Rui Costa conquistou um estatuto quase messiânico, de salvador. Para tal muito contribuiu a acção do próprio Rui Costa que, desde que, em 94, saiu do Benfica, nunca deixou de pavimentar o caminho para o seu regresso, sabendo alimentar como ninguém a sua imagem de filho pródigo.




Ao longo dos anos, a empatia entre a massa associativa do Benfica e Rui Costa foi crescendo, como referi, suportada num sebastianismo exemplar. Rui Costa é hoje admirado no Benfica, não tanto por aquilo que efectivamente deu ao Clube, mas por aquilo que as pessoas imaginam que Luz em vez de ter jogado em Itália. Convictamente acredito que, se tal tivesse ocorrido, considerando outros exemplos, muito provavelmente a situação do Benfica hoje não seria diferente e Rui Costa não teria sido o jogador que foi.


Analisando o contributo do jogador Rui Costa para a história do Benfica, podemos constatar que nas primeiras épocas em que jogou na Luz, Rui Costa assumiu uma posição de destaque (destaque esse que permitiu que, à época, a sua fosse, de longe, não obstante a imperativa necessidade do Benfica em vender jogadores, a maior transferência do futebol português), mas é duvidoso supor que o Benfica não teria ganho o que ganhou (Taça de Portugal 92/93 e Campeonato Nacional 93/94) caso não o tivesse, a ele, na equipa. Nestes primeiros anos, o contributo do Rui Costa para o Benfica pode ser comparado com o contributo de jogadores como Figo ou Cristiano Ronaldo para o Sporting. Foram todos muito mais relevantes enquanto balões de oxigénio para o tesouraria dos respectivos clubes, do que no campo, como jogadores.



No que se refere às duas últimas épocas, é minha convicção pessoal que o contributo de Rui Costa foi muito mais negativo do que positivo para os resultados obtidos pela nossa Equipa. Na época do regresso, pela forma como o mesmo foi conduzido, a entrada de Rui Costa na Luz foi em grande parte responsável pelo afastamento verificado entre Luís Filipe Vieira e José Veiga e pela reforçada vontade de Simão em sair do Clube no final da temporada. Na época da despedida, não obstante o elevado nível do seu desempenho futebolístico, qualquer um poderá facilmente constatar que o completo desmembramento da estrutura do futebol do Benfica em muito se deve o papel a que se prestou.


A incapacidade para, por vezes, impedir a sobreposição do seu ego pessoal aos interesses colectivos do Benfica é o calcanhar de Aquiles do Rui Costa. A forma como se deixou manipular, consciente ou inconscientemente não sei, por Luís Filipe Vieira ao longo dos últimos anos é apenas o exemplo mais vivo desta subjugação do interesse colectivo ao ego pessoal de alguém que permitiu que o seu nome fosse utilizado como bandeira em todas as campanhas eleitorais e alimentou sempre ostensivamente junto dos Sócios do Clube a esperança de um breve regresso ao Benfica em todos os momentos que antecederam a celebração de novos contratos.
Nesta sua primeira época como Director Desportivo, Rui Costa não foi capaz de evitar cair novamente neste "pecado" que tão nefasto foi no seu regresso como jogador ao Clube.



O que mudou efectivamente na organização do futebol Benfiquista da época 2007/2008 para a poca 2008/2009? Aumentou a capacidade de rentabilizar os escalões de formação do clube? Aumentou a capacidade de recrutar talento no campeonato nacional? Melhorou a política omunicacional do clube com o exterior? Foi o grupo de trabalho mais protegido da gula da imprensa por tudo o que diga respeito ao Benfica? Foram colocadas à discussão pública, por iniciativa do Benfica, medidas efectivas de moralização e melhoria do quadro competitivo do futebol português? Conseguiu construir-se uma equipa minimamente equilibrada em todos os seus sectores? Conseguiu acertar-se com todos os elementos da estrutura, particularmente equipa técnica e jogadores, um quadro de objectivos comuns? Aumentou o nível de exigência e responsabilização individual pelo cumprimento dos objectivos definidos?


A nenhuma das questões colocadas, cada uma delas bastante relevante para a reafirmação do Benfica como o maior clube nacional, é possível dar uma resposta convictamente positiva.
Ao longo da época não foi faltando o habitual show-off, agora mais sofisticado mas, nem por isso, menos deslocado e descabido.



A Rui Costa, nas suas novas funções, não se pede agora que se seja a estrela que sempre foi. O seu sucesso está agora muitíssimo mais dependente da sua capacidade de fazer brilhar outros do que de brilhar, de trabalho de bastidores (não daqueles que muito têm contribuído para conspurcar o futebol nacional) do que das luzes da ribalta.


Rui Costa tem ainda margem de manobra para corrigir os erros cometidos ao longo de mais uma época miserável. A benevolência dos sócios, que permitiu à Equipa, durante a maior parte da época, beneficiar de uma tranquilidade nunca antes vista em função daquilo que vinha sendo produzido, mantém-se, é devida em exclusivo a Rui Costa, e oferece-lhe as condições para um novo começo, mas o seu futuro depende, em larga medida, das opções que tomar no curto prazo quanto à continuidade de Quique (cujas declarações mais recentes confirmam que ainda mantém um alheamento completo do que é a realidade Benfica) e à forma como se posicionar durante a próxima campanha eleitoral (onde, é preciso reconhecer, não será fácil encontrar o ponto de equilíbrio entre a candidatura de Luís Filipe Vieira, ao qual está necessariamente vinculado, e as demais candidaturas que espero sinceramente venham a aparecer).