quarta-feira, 15 de abril de 2009

Por este caminho, em 2012 já nem a UEFA Conta…

Não creio que existam grandes divergências de opinião sobre aquilo que todos os benfiquistas consideram que deve ser o Benfica, e mesmo sobre aquilo que precisa de ser feito para que o Benfica seja aquilo que todos queremos que seja também não existem grandes variações.

Se formos comparar os programas eleitorais dos diversos candidatos que se apresentam a uma mesma eleição, as diferenças relevantes serão certamente mínimas. Isto é valido para eleições passadas, como será certamente válido para eleições futuras. Num clube como o Benfica, nos dias de hoje, as diferenças estruturais de visão, a existirem, poderão resumir-se apenas à forma de organização societária (o que pertence directamente ao Clube e aquilo que se encontra dispersos pelas diversas sociedade dos universo Benfica, nomeadamente a SAD ou a Benfica Multimédia) e, eventualmente, ao maior ou menor peso que se possa dedicar às modalidades ditas amadoras.

"Um clube capaz de vencer todas as provas
Um clube como o Benfica tem a ambição de vencer. É este o desígnio a que todos os benfiquistas aspiram. Se as vitórias que desejamos e merecemos não foram alcançadas ainda é porque a recuperação financeira do Clube e da SAD foi prioritária e tendo sido conseguida é, hoje, pressuposto para que tal volte a acontecer. Continuaremos a trabalhar nesse sentido.

Voltar a ser grande na Europa do futebol, sendo o primeiro em Portugal

Nos estatutos do Benfica, a redacção do Artigo 2º é clara: “O Sport Lisboa e Benfica tem por finalidade principal o fomento e a prática do futebol nas suas diferentes categorias e escalões”. É inquestionável que o Benfica é essencialmente um Clube de futebol, em torno do qual gira toda a actividade da Instituição. O futebol nos últimos anos deixou de ser nacional para ser crescentemente europeu. É esta tendência que teremos de acompanhar: voltarmos a ser os primeiros em Portugal e a marcar presença, obrigatória, na Europa do futebol.

Queremos um Benfica que possa garantir a sua presença na Liga dos Campeões nas próximas três temporadas. O regresso este ano às competições europeias após dois penosos anos de ausência, para além de dever ser saudado, deve ser encarado como o começo deste Benfica Europeu que todos ambicionamos. Sem o folclore das promessas eleitorais, é esta a nossa ambição para o futebol profissional."

As palavras anteriores não são minhas, são as palavras de abertura do Programa de Candidatura de Luís Filipe Vieira à presidência do Sport Lisboa e Benfica para o triénio 2003-2006. Como referi no início não creio que existam grandes divergências de opinião sobre o que deve ser o Benfica, um clube, que embora eclético se encontra essencialmente vocacionado para o fomento e a prática do futebol, que se quer o primeiro em Portugal e uma referência na Europa.

Se dermos continuidade à leitura do Programa de Candidatura, nas suas partes subsequentes virado para a forma como tornar o Benfica naquilo que todos desejamos, é também difícil encontrar pontos onde não nos revejamos.

Chegados aqui, não podemos, no entanto, deixar de constatar que, 6 anos volvidos, o nosso Benfica está longe, muito longe, de ser aquilo que todos desejamos. Mais grave, muitos milhões depois, e após se verificar, em 2004 e 2005, uma certa convergência para o objectivo (recordemos, um clube, que embora eclético se encontra essencialmente vocacionado para o fomento e a prática do futebol, que se quer o primeiro em Portugal e uma referência na Europa), está hoje pior do que estava há 6 anos atrás (3º; 3º; 4º; 3º (?)).

O que falhou então, uma vez que, como referia em 2003 Luís Filipe Vieira, a recuperação financeira do clube, que impediu as vitórias no mandado de Manuel Vilarinho, estava já conseguida nessa data?

Haverá certamente diversas razões e será a ponderação dessas razões que nos levará, em Outubro, a optar por qualquer uma das diversas alternativas que então se nos coloquem para a liderança do nosso Glorioso clube.

Pessoalmente considero relevante assumir desde já uma aversão à pessoa do actual presidente do Sport Lisboa e Benfica porque, na minha balança de razões para o fracasso, embora estejam bem ponderados factores externos, pesam mais os factores internos: a demagogia, a desorganização, a constante necessidade de afirmação de egos pessoais, a instabilidade (não obstante a tão propalada estabilidade), a incoerência, resumindo, a falta de liderança e de rumo que, para não irmos mais longe podem, pode ser ilustrada pela conclusão da conferência de imprensa de ontem:

"Houve uma altura em que o Benfica só tinha as pedras da calçada para passear – se calhar, hipotecadas – e fez um estádio novo. Qual é o problema de se fazer uma equipa? A equipa já está criada. Para a estratégia do Benfica [a Liga dos Campeões], não conta."

2 comentários: